Na Fnac, ouço, de orelhada:
– muito boa tarde. Você tem essa edição bilíngüe da “Divina Comédia”?
– Ahm… Qual autor?
Lembrou o dia em que eu fui procurar a tradução direto do russo para “Crime e Castigo”, na Fnac de Pinheiros:
– Os livros jurídicos ficam ali, ó.
Ainda não decidi o que é pior…
…
Hoje, me alforriei. Dia de Uma Mulher Chamada Wanda na casa e é a desculpa perfeita para não conseguir me concentrar. Também não conseguia conceber ir à PUC. Peguei o Sacomã e fui bater perna na Paulista. Coisinhas aqui, coisinhas ali, terminei onde bem queria: na Livraria Cultura. Existe uma razão para os livros serem um pouquinho mais caros ali (não para mim, que sou cliente Mais Cultura): os atendentes sabem quem é Dante, quem é Dostoiévski.
Ainda dei uma ligada para meu consultor de literatura, o mestre e pueta Pesqueniév , que me recomendou César Aira e Gonçalo M. Tavares. Do primeiro, tinha, mas tava faltando. Do segundo, tinha “Jerusalém”, mas me pareceu um pouco pesado demais para a presente situação. Acabei saindo de lá com mais um Amós Oz — “A Pantera no Porão” — “Por que ler os Clássicos”, pensando nos meus alunos (mas também em mim mesma, que só dei algumas folheadas) e um americanão, “On beauty”, porque me pareceu algo rápido e bom para desanuviar. Aliás, a coisa impressionante: a edição (ok, papel jornal) original, americana, é 30 royais mais barata que a brasileira, meu! Pô, trinta pila é muito!!! Caceta, só pode mesmo ser um país de ignorantes…
Mas, enfim: como eu fico feliz com meia tarde e meia noite gastas em livrarias… 😀
abril 24, 2008 às 2:37 am |
ah, agora vai saber de onde vem a palavra “prófi”, este pronome de tratamento tão carinhosamente distribuído entre dois três dosamigo. falo dosamigo mesmo, não de quem se apropria da palavra ‘osamigo’. sim, porque a origem é Pantera no Porão, de amós oz. do muro em que está escrito: “o prófi é um traidor”. frase também muito usada pelo grande poeta e mestre persa e cineasta russo alexander veróvski dirigida a minha pessoa como declaração de amor. vá entender, mas são coisas do mestre, a quem o caminho é sempre de luz e a quem apenas dizemos amém e umas várias e várias questões. hahahahaha
e calvino é sempre uma delicadeza bem vinda. mas jerusalém é divertido, ia gostar. muito. compre noutro passeio. assim como cesar aira.
ainda bem que o cara da divina comédia não perguntou “bilíngue em que língua, senhor?”, sim, porque o vocativo no final, “senhor”, é fundamental como uso. só me lembro a marcy, do charlie brown. lembra? hahahahahahahaha
ah, e ia esquecendo: dorei o tilefonema.
abril 24, 2008 às 2:50 pm |
Vezinha, eu já ouvi da boca de um atendente, quando reclamei da precariedade em títulos importados sobre craft:
– Moça, é que a Livraria Cultura é só isso, uma livraria. Aqui o nosso forte é a parte de eletrônicos.
Pois é. Tipo uma Casas Bahia para ricos.
abril 24, 2008 às 7:42 pm |
acho que era para eu tá aí ontem…
abril 25, 2008 às 2:12 am |
doc. ontem eu deixei uma conversa aqui. em que eu falava dosamigo, de onde vem a palavra ‘prófi’, que é do pantera no porão, citava de novo o poeta mestre e cineasta russo alexander veróvski, quando diz em declaração de amor a mim a inscrição do muro do Pantera no Porão: “o prófi é um traidor”. hahahahaha. que são coisas e falas de posse do mestre, e que aceitamos e dizemos amém porque o caminho dele é de luz, e dizemos uma penca sem fim de questões, porque é disso que gostamos. e falo dosamigo mesmo, não de quem usa a palavra em vão. e o melhor, ele nunca leu pantera no porão, mas ouviu várias passagens que li para o mestre. mestre é um homem de leitura aos pedaços. amém.
e agradecia o tilefonema, o carinho, a conversa. e que cê vai gostar muito de cesar aira, que vai adorar o jerusalém, que é um pesado divertido e bom de ler. mas que amós e calvino são sempre ótimas companhias. etc etc etc.
e agora, agora: besitos.
abril 25, 2008 às 2:14 am |
viuge, doc, agora o outro apareceu. bom, deleta o segundo. sei lá. hahahahahahaha. que estranho. é porque enquanto não modera, aparece pra gente esperando moderação. e não tava aparecendo assim, tendeu, por isso que mandei de novo. agora tu deleta o segundo e este. bom, faz como preferir. beijocas.
abril 25, 2008 às 2:07 pm |
hahahahaha. pesqs, lembrei do “senhor”. bom demais! aliás, putz, aquele desenho era gênio! até hoje eu mesma imito a professora: “uónuón uón uónuónuón!” e o charlie brown, “o quê, p’sora?” ai, ai…
é verdade, tu havia me dito do “prófi”. gênio. mas como é que “jerusalém” é divertido? oxe! começava já com um monte de doença, pesqs! eu num tô numa fase boa pra ler sobre isso, não… é só xiste? 😛
pesqs, o telefonema foi ótemo. preciso fazer isso mais vezes, ligar para osamigo. LIGAR. falar, ouvir, em vez de só escrever e ler. foi bom demais!
beijos, pesqs!
abril 25, 2008 às 2:14 pm |
hahahahaha! “Casas Bahia” para os ricos, isso aí! Sem bem que eu fiquei tentada com o preço do mac book por lá, sobretudo a parte que diz “10 x sem juros no cartao!” 😀
abril 25, 2008 às 2:16 pm |
pesqs, tá lá. é que eu preciso aprovar alguns comentários antes, os teus sempre caem na malha fina (ixe, aliás: terminar o IR!!!). deve ser porque tu é um subversivo! 😛
abril 25, 2008 às 2:16 pm |
não, pesqs, deixa o ruído aí!!! 😀
abril 29, 2008 às 9:28 am |
[…] 4 2008 por Alessandro Martins · Sem comentários Li no blog O Livro de Areia: Na Fnac, ouço, de […]
abril 29, 2008 às 2:45 pm |
Hihihi… Interessante. Thanks, I guess 🙂